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terça-feira, 20 de outubro de 2015

Obesidade: O melhor é não julgar


fonte: imagens extraídas do google 


      Bom... Hoje vou escrever um pouco sobre excesso de peso. Ou seja, o meu excesso de peso. Uma situação complicada; na opinião da maioria das pessoas que vê uma pessoa obesa logo pensa que é relaxo, gula, digo isso por experiencia própria, pois antes de eu me tornar obesa (sempre estive fora do peso, porém não obesa) quando eu via alguém em situação de obesidade só me vinha em mente: como essa pessoa conseguiu chegar a tal ponto? Só pode ser gula e relaxo! 
    Não! Isso vai muito além de qualquer opinião ou julgo precipitado e para eu me conscientizar sobre isso, me tornei obesa também! Calma, não fiz de proposito para me sensibilizar com a dor do próximo não, simplesmente com o passar do tempo fui pagando por aquele julgo inicial que apliquei mentalmente a uma amiga, e com o acumulo dos problemas familiares, financeiros, emocionais, sentimentais pude aprender que NÃO DEVEMOS JULGAR! Pois nunca sabemos o que pode ter condicionado aquela situação, e todos esses problemas citados me conduziram a um ganho de peso excessivo e em pouco tempo, sem que eu me desse conta do que estava acontecendo, na minha adolescência eu vivia neurótica com o aumento de peso e isso de certa forma evitava que eu engordasse demais, quando eu ganhava 1 ou 2 quilos logo fechava a boca, então eu sempre vivia no efeito sanfona que variava na media de 3 quilos pra mais ou pra menos, e assim era ate eu engravidar da minha primeira filha gestação que me rendeu mais 10 kg depois que ela nasceu, peso que eu não cheguei a elimina-lo de forma efetiva, as vezes perdia mas em pouco tempo recuperava novamente, quando engravidei do meu segundo filho eu estava lutando para perder peso, e continuei perdendo mesmo gestante, (mas não com dieta) para ter uma ideia na pesagem inicial da gravidez ate o ultimo dia da gestação engordei apenas 1,5 kg, até fiquei preocupada mas meu filho nasceu com exatamente 3,960 kg e 51 cm, e eu sai do hospital bem mais magra que antes e continuei perdendo peso até ficar com o corpo de antes da primeira filha, (que não era exatamente magro) 71 kg para 1,70 cm de altura, mas enfim, fiquei super feliz em poder colocar roupas que nunca mais usei, mas isso foi até eu começar a trabalhar de telemarketing.


fonte: imagens extraídas do google 

    Meu filho já estava com uns 7 meses e um reboliço enorme passou na minha vida, envolvendo tudo o que era possível, me tornei sedentária, só me alimentava de lanches, pai e mãe de duas crianças pequenas, o medo de não conseguir passar na experiencia do novo emprego e não ter como arcar com as despesas da casa, muita tristeza e abalo emocional sobre mim e eu precisava aguentar tudo aquilo pelos meus filhos, eu não podia explodir e nem por tudo a perder pois duas crianças dependiam de mim, não podia fugir, não podia chorar, toda aquela frustração ficou armazenada dentro de mim, e o meu refugio emocional era as barras de chocolate que eu comia sem ver depois que saia do trabalho, trabalhava a manhã toda sentada e na hora de ir embora comprava uma ou duas barras de 160 gr de chocolate e ia para casa me acabando em lagrimas e comendo para me consolar e chegar em casa sem que meus filhos percebessem o que eu estava passando, e assim foi por longos meses que me proporcionaram 15 kg sem que eu ao menos percebesse pois eu não me pesava, não me preocupava com roupa, apenas ia na loja e comprava o que me cabia sem nem ver o número, até que um dia um amigo do trabalho chegou em mim e disse: Estão todos comentando que você esta ficando gordinha! Eu não gostei e apenas disse que não me interessava a opinião deles, mas então que fui observar que eu realmente tinha engordado, e no prazo de um ano conquistei 20 quilos sem sacrifícios para minha tristeza, mas ai eu não tinha forças nenhuma para pensar em dietas, reeducação alimentar ou seja lá o que for, não tinha cabeça para isso então parei de me preocupar, e deixava qualquer decisão para um amanhã que nunca chegava, achei que estava gorda demais e seria impossível engordar mais que aquilo! O que foi o meu maior engano!     


fonte: imagens extraídas do google 

     Continuei engordando e engordando e a cada mudança de emprego, de casa, de fase ganhava alguns quilos extra, neste primeiro ano que citei (2006 á 2007) que ganhei 20 quilos cheguei a passar com uma medica endocrinologista que me passou dieta, exames, exercícios e uns remédios para emagrecer mas a única coisa que eu fiz foi tomar os remédios, de qualquer maneira mas tomei, e mesmo assim consegui perder 4 quilos e melhorar a disposição pois ele controlava o meu sono excessivo, mas fui mandada embora da empresa e fiquei sem o convenio e tive que parar o acompanhamento medico, após esse episodio fui entrar em outra empresa para trabalhar e no exame medico preenchi toda a ficha de saúde e coloquei que eu não tinha nenhum problema, pois realmente eu não tinha, mas quando entrei na sala do medico ele me disse: Você colocou que não tem problema de saúde? Mas você é obesa! Naquele momento segurei o choro, pois eu não me enxergava como uma obesa e nem achava que aquilo podia ser doença, mas era e é segundo a medicina. Ele disse: Não que a empresa tenha preconceito ou que vai deixar de te contratar por conta disso, mas você é OBESA! Foi um balde de água fria de desmotivação e essa triste realidade e mais a minha falta de força só me fez engordar mais, fiquei nessa empresa por mais 2 anos e meio e junto desse tempo conturbado adquiri mais 10 kg, isso já estava me prejudicando literalmente pois como ganhei muito peso em pouco tempo meu corpo não tinha estrutura para aguentar, eu não tinha forças pra subir no ônibus com meu filho nos braços, caminhava um pouco e parecia que ia morrer, não tinha vontade de sair de casa e ali eu me dava conta de que eu realmente estava doente, as criticas das pessoas só me derrubavam mais, algumas pessoas diziam: vou criticar mesmo para ver se você acorda!  Mas o efeito era exatamente o oposto, acho que por uma rebeldia interna e uma imensa vontade de sumir e ninguém me enxergar me escondi cada vez mais atras da gordura...

fonte: imagens extraídas do google 



    A auto-estima cada vez abaixava mais, mas eu tinha tantos outros "problemas" que este acabava sendo o menor e eu me deixava para ultimo plano, meus filhos me cobravam uma vida mais animada com mais passeios, mas eu acabava privando eles de ter uma vida social por vergonha da minha atual aparência, sem contar que era difícil para comprar roupas que ficassem bem em mim, principalmente por minha mente não me aceitar como obesa, eu preferia não ter roupas do que comprar roupas tão grandes quanto EU!


fonte: imagens extraídas do google 

    Nunca imaginei que eu pudesse passar dos 100 kg, mas passei. Depois de todo esse tempo já adaptada com esse corpo obeso, não me sinto tão mal como de inicio, consigo caminhar, minha coluna não dói tanto, pois acredito que minha estrutura depois de tantos anos carregando esse peso extra tenha se fortalecido, é como se diariamente eu carregasse nas costas quase 9 pacotes de arroz, ou um saco de cimento, não é fácil mas o corpo acaba se esforçando para aguentar, fiquei um bom tempo oscilando entre 103 a 106 quilos e quando achei que eu poderia aproveitar a minha mudança de casa, inicio de faculdade para mudar minha rotina e perder peso foi ai que cheguei aos 114 kg, isso no meio do ano passado, isso tudo em um período de 9 anos onde acumulei 43 kg extras... A balança com certeza pede HELP!



fonte: imagens extraídas do google
...e a saga continua no próximo capitulo! 

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